
A intervenção surpresa do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) em Vilhena, notadamente a construção de uma mureta que impede acesso da BR-364 à Avenida Marechal Rondon em frente ao posto Catarinense reascendeu o debate acerca de um problema que tem muito mais características políticas do que necessariamente técnica ou financeira.
É nítido que o órgão quer resolver um problema que há anos vem sendo debatido e nunca solucionado. O atalho que dá acesso à BR também é canal de tráfego de diversos bairros do entorno, contribuindo com a redução do fluxo de veículos e pessoas em outros pontos do município.
A classe política municipal, com exceção do prefeito Eduardo Japonês (PV) que nunca se manifestou acerca do assunto, tenta uma medida óbvia que possivelmente irá colocar uma pá de cal sobre o assunto: a construção de uma rotatória.
A bem da verdade o perigo do local foi parcialmente solucionado com a instalação de dois quebra-molas em ambos os lados da rodovia. Os equipamentos obrigam os motoristas que estão sobre a BR reduzirem a velocidade, ditando assim a cadência do trânsito no local. De acordo com o vereador Rafael Maziero (PSDB) a solicitação para instalação destes quebra-molas partiu de sua articulação de mandato.
Estive hoje no trecho da Br 364, perímetro urbano de Vilhena, onde o DNIT realiza uma obra, que ao meu ver irá…
Posted by Samir Ali on Tuesday, June 9, 2020
O vereador relembrou durante bate papo com a Gazeta Amazônica que há três anos tentando garantir do Governo Federal sinalização positiva para a construção da rotatória no local. “A ação do DNIT vai na mais absoluta contra-mão do que precisam os trabalhadores, moradores e empresários da região que dependem daquele cruzamento para acessar seus caminhos com mais agilidade e economia”, criticou o vereador.
No mesmo sentido, o também vereador Samir Ali (Podemos) destacou a sobrecarga da rotatória do Posto Cinta Larga, fato que vai gerar mais congestionamento e complicações de locomoção. Samir relatou que acionou o deputado federal Léo Moraes (Podemos) na tentativa de garantir junto ao DNIT compromisso de construção da rotatória.
Mas qual seria a solução?

A solução neste caso nem está tão longe assim. A comprovação de que o imbróglio é político e não técnico ou econômico se dá nas entrelinhas de todo o desenrolar da história. O empresário Jaime Bagattoli – um dos principais prejudicados com a mureta do DNIT – já disse inúmeras vezes que paga a construção da rotatória. E paga mesmo. Jaime tem dinheiro pra isso e necessita daquela entrada (não só ele, mas pelo menos cinco bairros do município).
Outra fonte de recurso que pode ser utilizada é o auxílio do Governo Federal enviado aos estados e municípios. Vilhena vai receber cerca de R$ 15 milhões que não estavam previstos no orçamento. Este recurso é uma ajuda da União para compensar a queda de receita dos estados e municípios em decorrência da pandemia.
O portal da transparência da prefeitura de Vilhena deixa claro que o município não teve queda de receita durante a pandemia, logo este recurso é a oportunidade que todos esperavam para a resolução de um problema social que torra a paciência de todo mundo há anos.
Vale lembrar que parte desta ajuda enviada pela União deve ser destinada à saúde, porém outra boa parte pode ser empregada da forma que o gestor (no caso o prefeito) quiser. Agora é, novamente, com os políticos.
DECEPÇÃO!Há 3 anos venho lutando em defesa do nosso povo junto a parlamentares e ao DNIT para solucionar o problema do…
Posted by Rafael Maziero on Tuesday, June 9, 2020